quarta-feira, 30 de maio de 2012

Futebol e Vinho



Muito bonito, criei o blog e não tinha falado sobre nenhum vinho nacional ainda!
Mas agora corrijo essa falha.
E o primeiro post sobre um vinho nacional é sobre o Giacomin Reseva Cabernet Sauvignon 2002.
Encontrei esse vinho no Grepar (mercado de Bento Gonçalves) e comprei pela curiosidade, como estaria um vinho brasileiro de 10 anos, possivelmente 8 anos na prateleira de um mercado sem as melhores condições de conservação. Estaria um "vinagre"? "Dá para beber"? Pode ser? Estaria bom?

A vinícola Giacomin (www.giacomin.com.br) é de Flores da Cunha na Serra Gaúcha.

Quarta-feira, jogo do Brasil, o frio voltando a Bento Gonçalves, resolvi abrir este vinho, já tinha tomado outra garrafa a menos de um mês, quis tirar a prova.



De coloração vermelho-rubi, começa a ter reflexos cor de saibro (tradicional, não o azul de Madrid).
No começo, o vinho tem um pouco de aromas reduzidos, justificado por tanto tempo de garrafa, mas percebe-se frutas vermelhas e um mentolado.

(Brasil faz 1 a 0, gol do Neymar num pênalti mandrake) Na boca o vinho mostra-se macio, mas vai perdendo a estrutura.

(Brasil 2 a 0, Thiago Silva de cabeça após escanteio) O vinho começa a respirar, cereja, eucalipto, um pouco de pimentão verde (afinal, é um Cabernet da Serra!), violeta.

(Final de primeiro tempo, Brasil 2 x 1, os Estados Unidos conseguiram um gol no fim do primeiro tempo) Com boa persistência, ele apresenta um certo amargor, mas nada que comprometa, e retrogosto de fruta vermelha madura.

Começa o segundo tempo e novos aromas vão aparecendo, framboesa, chocolate, pimenta, tostado, compota.

(3 a 1 para o Brasil, gol do Marcelo) Um vinho muito bom, não imaginei que ele podeira aguentar tanto tempo, mas mostra porque a safra de 2002 é primeira grande safra gaúcha dos anos 2000, o vinho é agradável ao paladar (em parte, acho eu, que por ele ter 11,7% de álcool) e pode ser degustado solo, ou quem sabe com uma massa massa de molho leve ou um arroz com galinha.

Vou apreciar o vinho e terminar de ver o jogo.



Origem: comprei no mercado Grepar (Osvaldo Aranha, Bento Gonçalves-RS)
Preço: 15-20 Reais
Avaliação: 84/100

P.S.: o jogo terminou 4 a 1 para o Brasil, Pato fechou o caixão!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Die Meister, Die Besten, Les grandes Équipes, The Champions!



O título do post é o refrão do Hino da UEFA Champions League. Os mestres, os melhores, Grandes equipes, os Campeões.

A final da Liga dos Campeões, um dos jogos mais esperados do ano, realizado na capital da Bavieira (Alemanha), causou minha rendição à cerveja (apesar do erro geográfico, a cerveja que tomei é holandesa).

Flashback, em 1989, na primeira eleição presidencial direta após a ditadura, Fernando Collor de Melo foi eleito presidente, apesar dos escândalos e do impeachment, Collor tem uma marca importante no seu governo,  a abertura do mercado brasileiro para produtos importados, isso permitiu o acesso a artigos como computadores e eletrônicos (apesar de hoje ainda pagarmos muito caro), e também cervejas, cervejas de todas as partes do mundo pipocaram nas gôndolas de supermercados. Tivemos na sequência a criação e fortalecimento do Real, distribuição de renda, fortalecimento do mercado interno, excelência na produção agrícola, ..

Não sou economista, e não entendo todas implicações da abertura econômica, mas imagino alguns benefícios: aumento da oferta e variedade, forçar a indústria nacional a se modernizar, diminuição de preços.

Isso me leva até o dia de hoje, quando eu comprei por R$ 49,90 um barri de 5L de Heineken importado da Holanda, numa rede de  mercados do interior do Rio Grande do Sul.

Outro ponto que quero destacar são as propagandas da Heineken ligadas ao futebol, principalmente o europeu, a Heineken é patrocinadora da UEFA (a FIFA é patrocinada pela Budweiser). Elas mostram o esporte como arte e o torcedor uma parte viva do espetáculo, torcendo e vivenciando cada partida. Abaixo uma amostra.




P.S.: holandês sabe fazer cerveja, mas não sabe bater pênalti!

sábado, 19 de maio de 2012

Falando grego


Ontem a noite após um churrasco, degustei o vinho grego Tsántali Retsina, não safrado. Produzido com uvas Savatianó e Roditis, e adição de resina de pinheiro de alepó. No site (lphbrasil.com.br), além dos vinhos e uvas, tem textos sobre comida e história grega e fotos da região.
Estava esperando um chá de pinheiro, um pouco pesado. Mas para minha surpresa, e dos demais, o vinho parecia ter sido macerado com alecrim.
De visual límpido, amarelo palha com reflexos esverdeados, no nariz um forte ataque de alecrim, com aromas de pinus e algo lácteo no fundo. Em boca ele era bem refrescante, com boa acidez e um certo amargor.
Fico imaginando ele acompanhando um peixe ou carne de porco, quem sabe da próxima vez.
Para um vinho de 20 reais, ele é bom.

Origem: comprei no Carrefour em Santa Maria
Preço: 15-20 Reais
Avaliação: 78/100

P.S.: esse é meu primeiro post "técnico", estou tentando transformar minhas impressões e idéias em texto. Com o tempo, espero, o texto vai ficar mais agradável e interessante.

στην υγεια μας (Saúde, em grego!)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Começo

Estou criando esse blog para contar minhas experiências com vinhos.
Degustações, impressões sobre o setor, sobre o mercado, sugestões de rótulos e harmonizações.
Sou formado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Tecnólogo em Viticultura e Enologia, enólogo, pelo CEFET-BG, hoje Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Bento Gonçalves.
Quero escrever numa linguagem direta, mas utilizando meu conhecimento acadêmico para basear minhas opiniões.
O blog está aberto para discussões.


In vino veritas est.